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domingo, 17 de dezembro de 2017

AMOR DE UM SONHO




Eu nem me importava em viajar quase 1.000 quilômetros para vê-la, pois quando eu chegava o sorriso se abria como um sol cheio de luz e calor.

Ela nem percebia, mas piscava rapidamente várias vezes enquanto eu me aproximava e mordiscava o canto dos lábios esquerdo, externando uma paixão louca que fervilhava em nossos olhares transformado em uma explosão única! 

Eu segurava seu rosto com ternura e tocava em seus lábios com os meus enquanto seus cabelos balançavam ao vento e tocavam meu rosto quase que como uma carícia sincera, e  com um amor que jamais havia sentido antes. 

Meu coração se enchia de emoção e me satisfazia como há anos esperava acontecer, e agora eu sentia e sabia que o amor verdadeiro existia finalmente.

Abraços fortes e respiração ofegante era quando iniciavam os beijos calorosos até que as mãos começassem a escorrer pelo corpo um do outro, e peça por peça de roupa saiam de cena para começar o mais envolvente sexo que trazia um amor puro e verdadeiro.

E toda vez que eu tinha que ir embora era como travar uma guerra infinita para enfim selar o último beijo e seguir adiante com o carro olhando pelo retrovisor os acenos de sua mão tão macia.

Eu teria me casado com ela...se tudo isso não fosse apenas um amor que conheci num sonho que nem sempre permite que possamos ter continuidade....então acho que estou preso num amor que não existe na vida real, apenas em meus sonhos quando é possível encontra-la de vez em quando!!!

E cada noite eu espero viajar muitos quilômetros para encontrá-la e recomeçar tudo de novo desejando que as horas se transformassem em dias...mas nem sempre minha viagem me leva até ela, e dormir é a única forma de encontrá-la de novo.


A PERGUNTA É: 
A gente acorda quando está dormindo, ou a gente dorme quando está acordado?

quarta-feira, 26 de julho de 2017

A REALIDADE DIANTE A VELHA INFÂNCIA





Dias atrás quando entrei no elevador do prédio onde trabalho, haviam dois jovens de aproximadamente 20 anos conversando sobre a tecnologia e a definição de imagem dos jogos atuais... empolgados eles falavam entusiasmados com uma certa emoção diante a novidade do mercado sobre o lançamento do novo playstation...um vídeo game altamente desenvolvido...

Pois bem, por alguma razão me levou a lembrar da minha infância, e nos andares seguintes em que o elevador descia subitamente recordei as memórias de quando eu era adolescente, e fiquei impressionado de como eu havia sido feliz e privilegiado com aquela época...

Nossa diversão era ser o herói que pegava aquela pipa cheio de linha, com rabiolas enormes enquanto mais uns dez meninos corriam atrás tentando “vencer” aquela competição, lembrando que naquela época não haviam lojas como as atuais que se compram pipas por um preço que hoje a maioria pode pagar, não era assim, naquele tempo não tínhamos dinheiro e a emoção era conseguir pegar os pipas que caiam literalmente do céu, ou então passar a madrugada fazendo armações e rabiolas para o dia seguinte na época das férias escolares.

Carretéis de linha eram ouro, cerol que passávamos nas linhas corrente eram feitos com vidro moído de qualquer natureza, embora as lâmpadas fluorescentes ficavam uma navalha, adicionávamos cola de madeira, perfume pra não ficar mal cheiroso (sempre ficava), álcool pra grudar melhor na linha uma lata de nescau ou algo parecido e só quando a mãe não estava podíamos aquecer no fogão, pois a casa ficava um horror...e geralmente cortávamos as mãos, mas a sensação de cortar uma pipa no céu era incomparável...e ainda se desse sorte "aparar" e ganhar mais um, nos achávamos ricos...inefável sensação!
Quando as pipas caíam em locais difíceis, meus concorrentes desistiam facilmente, e ali estava meu tesouro e desafio, eu analisava e planejava como chegaria até lá, em altas casas e lugares pouco acessíveis, e quase sempre eu conseguia, ainda que até hoje meus pés doam devido aos pulos de lajes altas que ardia os pés ao tocarem o chão por mais de 2 metros em queda livre... mas isso era viver intensamente e nem nos importávamos.

Também não consigo deixar de citar a emoção de descer uma ladeira íngreme com carrinhos feitos de rolamentos (rolimã) presos no eixo traseiro numa tábua de madeira, sem nenhum tipo de freio e a melhor parte era a competição de quem chegava primeiro ou dava mais cavalos de pau, movimento de girar 360º... invariavelmente o desejo de ganhar fazia com que ao pegar impulsos no asfalto batendo com as mãos na lateral, a roda de aço passava por cima dos dedos deixando-os roxos e doloridos com uma dor quase insuportável, mas quem se importava? Éramos felizes... jogo de bolinhas de gude em terrenos de de chão batido fazendo coleção das bolinhas ganhadas, jogar bola na rua, na chuva até escorregar e chutar o asfalto arrancando a tampa do dedão do pé... brincar de roubar bandeiras, esconde esconde, pega pega, mãe da rua, polícia e ladrão e tantas brincadeiras que nos faziam saudáveis e esguios...hoje a maioria dos adolescentes ficam o dia todo no Facebook, WhatsApp e vídeo game, criando gorduras e vendo a vida passar sem nenhuma emoção real.

A era atual, nunca saberá como era se divertir de verdade, não saberão jamais a emoção de ser livre, de não precisar de celular, de chegar da escola tirar o uniforme e correr encontrar os amigos da rua... foi uma infância maravilhosa, que pena que hoje já não existe mais.

Ainda assim, agradeço por ter vivido essa época de ouro!

Memórias de um adulto que teve adolescência de verdade!